Prefeitura de São José apura registro indevido de vacinação com nome de coordenador do São Paulo FC
Pedro Smania foi tomar dose da vacina contra Covid-19 em São Paulo, mas sistema apontou que alguém havia tomando a dose com o nome dele em São José dos Campos.
A Prefeitura de São José dos Campos informou que vai abrir um inquérito para apurar um registro indevido de vacinação na cidade com o nome do coordenador das categorias de base do São Paulo Futebol Clube, Pedro Smania.
Na última quinta-feira (27), o profissional foi em um posto de saúde em São Paulo para receber a dose da vacina contra a Covid-19. Porém, ao chegar ao local, foi informado que o nome dele constava como se tivesse tomado a vacina em São José dos Campos, em 2 de fevereiro. Como ele não recebeu a vacina em São José, a prefeitura joseense vai apurar o registro indevido.
Por meio de nota, a administração municipal informou que “não há indícios de fraude ou má fé. Há suspeita de erro de digitação durante o registro da vacina”.
O município também diz ter entrado em contato com Pedro Smania. Segundo a prefeitura, Pedro smania informou que esteve na cidade em 2008 por um período de 30 dias. A administração municipal informou que ele foi vacinado contra a febre amarela na UBS da Vila Maria durante esse período, o que explicaria o nome dele no sistema de Cadastro de Regulação Ambulatorial (CRA).
A Prefeitura de São José dos Campos informou que já tomou as providências para que Pedro possa receber a primeira dose do imunizante contra a Covid-19.
Sigilo da lista de vacinados
A justiça negou nesta sexta-feira (28) o pedido da prefeitura de São José dos Campos de tornar sigilosa a lista nominal de pessoas vacinadas. A decisão veio depois de um novo recurso da gestão após a entrega dos documentos. A prefeitura tenta desde março não ter a lista publicada e essa é a terceira derrota judicial.
A lista foi entregue um dia antes do prazo final nesta sexta-feira (27). De acordo com a justiça, a relação de nomes foi entregue impressa e não digitalizada. Após a entrega, a prefeitura ainda moveu um novo pedido para que os nomes não fossem divulgados, mas foi negado.
“A listagem física fornecida, de um lado, vai ao encontro do amplo acesso à informação em âmbito de controle social dos atos da Administração Pública, emprestando-lhe transparência. A informação de quem já foi vacinado não traz prejuízo, tanto à pessoa imunizada, quanto ao interesse público que, aliás, é prestigiado na medida em que é dado fiel cumprimento à lista dos prioritariamente imunizados”, diz trecho da decisão.
Investigação
A vacinação na cidade é alvo de uma investigação no Ministério Público Federal (MPF). O inquérito foi aberto depois que munícipes que não estavam na lista prioritária constaram como vacinados no sistema federal, alimentado pela prefeitura; e que médicos descobriram que tinham mais de duas imunizações em seus nomes.
O caso também é investigado pela Polícia Civil, que apura fraude na vacinação. De acordo com a polícia, médicos vacinados em hospitais públicos e particulares constam na carteira federal com mais de uma dose aplicadas em unidades de saúde da cidade.
Após o inquérito, a prefeitura alegou que o caso seria de duplicidade de dados. Informou que alimentaram o sistema estadual e federal e, com isso, as carteiras constam com mais de uma vacina. Apesar disso, a polícia aponta que os lotes e as marcas de vacinas aplicadas são diferentes para o mesmo médico, o que impossibilitaria a versão.
Erros
Na última semana a prefeitura alegou ter cometido ao menos nove erros durante a vacinação na cidade. Entre as falhas, estariam a imunização de menores de idade; aplicação de doses diferentes de primeira e segunda dose e de mais de uma vacina no mesmo paciente.
Sobre as erros, a prefeitura informou que foram resultado de falhas nos locais de imunização. E que orientou os profissionais que fazem a aplicação e que nenhum paciente foi prejudicado.
Fonte: G1